segunda-feira, 11 de abril de 2011

As Vítimas de Realengo


"A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace" (Vitor Hugo)

Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos - Maria Madalena, avó de Ana Carolina, se emocionou ao passar em frente ao vaso de flores com o nome da neta “Tchau, minha netinha, tchau”. A menina ia para a escola sempre contente, segundo ela.

Bianca Rocha Tavares,
13 anos - Tinha uma irmã gêmea que também foi baleada pelo atirador. Sonhava em ser pediatra e morreu ao tentar salvar uma amiga, segundo relatos de amigos de classe. A avó lembrou que ela era vaidosa. “Era linda, gostava muito de ir à escola, tinha o cabelo comprido e cuidava dele com carinho”, afirmou Maria José dos Reis Rocha, de 59 anos.

Géssica Guedes Pereira
, 15 anos - Estudiosa, Géssica participava um curso preparatório para entrar na Marinha. Ela jogava vôlei na escola e era fã de funk.

Igor Moraes da Silva
, 13 anos - Sonhava em ser jogador de futebol. O amigo Douglas Ramaro lembrou que o menino estava feliz no dia em que morreu. O motivo: havia ganhado uma chuteira de presente. No seu enterro, Roberto Dinamite, presidente do Clube Vasco da Gama, compareceu. Igor era aluno da escolinha de futebol do clube.

Karine Lorraine Chagas de Oliveira
, 14 anos - Karine queria ser atleta e integrava uma equipe de salto em distância de um projeto para jovens da polícia militar desde o início deste ano.

Larissa dos Santos Atanásio
, 13 anos - Torcedora do time de futebol Vasco da Gama e religiosa,
Larissa era também muito vaidosa. Já havia feito desfiles e sonhava com a passarela. “Ela era sempre muito alegre e amiga. Conversava sempre com todo mundo. Tirava boas notas e queria seguir o sonho de ser modelo”, afirmou a amiga Jéssica Ferreira.


Laryssa Silva Martins
, 13 anos - Segundo parentes, Laryssa era reservada e não saía muito de casa. Apesar disso, vários amigos compareceram ao seu enterro. No seu perfil no Orkut, a jovem mostrava que era fã de fotografias e sempre estava sorrindo nas fotos.

Luiza Paula da Silveira, de 14 anos - Fã de Ivete Sangalo, Luiza foi enterrada sob o canto de sua música preferida da cantora, “Quando a Chuva Passar”. Ela estava no 8º ano do Ensino Fundamental e se preparava para a festa de aniversário de 15 anos, que seria em setembro. “O pai já havia pago tudo e ela iria escolher o vestido na próxima semana”, contou a amiga Jéssica Lauane.

Mariana Rocha de Souza, 12 anos - Um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosa sobre o cemitério em que Mariana Rocha de Souza foi enterrada nesta sexta-feira. A menina, estudiosa, planejava ser modelo e sempre fazia poses para as fotos. O irmão dela, de 9 anos, estava na escola no dia do massacre e correu para procurá-la, mas a encontrou já na ambulância.


Milena dos Santos Nascimento, 14 anos - Estava no 6° ano do Ensino Fundamental da Escola Tasso da Silveira. Tinha duas irmãs que também estudavam na unidade de ensino, mas nada sofreram. De acordo com amigos, Milena era muito estudiosa e não faltava a nenhum dia de aula.

Rafael Pereira da Silva, 14 anos - Calmo, tranquilo e estudioso. Foi assim que vários amigos o definiram. Gostava de rock e era fã da banda Linkin Park. Ele foi um dos dois meninos mortos pelo atirador. Era aluno do 9° ano da Escola Municipal Tasso da Silveira.


Samira Pires Ribeiro, 13 anos - No site de vídeos Youtube é possível encontrar uma homenagem a Samira, que estava no 8º ano. Com a descrição “Foi Entregue nas Mãos de Deus!! Mais um Anjo”, o vídeo começa com uma imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a mensagem “Luto”.


O inexplicável massacre em Realengo/RJ


Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra. Armado com dois revólveres calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 crianças morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil. Ao ser rendido pelo 3º Sargento da Polícia Militar Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, cerca de dez minutos após o início do massacre, o homem se matou atirando contra a própria cabeça. A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público de sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullyng e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas. O crime causou comoção em todo país e teve ampla repercussão em noticiários internacionais. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, decretou luto oficial de três dias em virtude da morte dos estudantes vítimas do massacre.